sexta-feira, 4 de junho de 2010

Éguas - Retenção Placentária

Éguas - Retenção Placentária
Dr. Carlos Rosa Santos

Quando um potro nasce sem complicações, o criador descontrai-se. Mas há um acontecimento adicional com que se deve preocupar - a expulsão da placenta.

A expulsão da placenta marca o fim da terceira e última fase do parto. As contrações do miométrio (músculo uterino) começam na ponta do corno uterino da égua, expelindo as membranas da placenta.

Na verdade, o alantocórion (placenta) inverte-se à medida que "rola" através do útero. Assim, a superfície alantóide ficará na parte de fora da placenta expelida. Enquanto isto acontece, as éguas podem mostrar sinais de cólicas leves, estar inquietas, deitarem-se e rolarem.



A placenta normalmente é expulsa entre 30 minutos a 3 horas depois do nascimento. Se não for expelida nas três horas seguintes, é considerada uma placenta retida e requer a atenção de um médico veterinário.

Pode haver retenção de toda ou parte da placenta o que ocorre em cerca de 11 por cento das éguas. As éguas mais velhas (de 15 anos ou mais) retêm a placenta mais freqüentemente do que as mais novas. A retenção da placenta tem mais probabilidades de acontecer em éguas de tração depois de distocias (partos difíceis), gestações prolongadas e cesarianas. Uma placenta retida pode ocasionar metrite, laminite, septicémia ou mesmo a morte da égua.

A metrite aguda e a laminite são mais comuns em éguas de tração. Se uma égua retém a placenta uma vez, é candidata a recidivas da situação em partos subseqüentes. Más condições físicas ou mau meio ambiente poderão aumentar a incidência da retenção de placentas.

As éguas que retêm a placenta, usualmente, não têm os sinais normais de pequenas cólicas associadas com a saída da placenta. Uma placenta protuberante da vulva da égua e tocando-lhe nos curvilhões deverá ser dobrada sobre si própria e amarrada com um cordel. Isto evita que a égua a pise e rasgue deixando pedaços no útero, evitando também que ela se assuste e comece a escoicear, podendo ferir o potro. Mesmo uma pequena porção da placenta que fique retida na égua deve ser considerado como um problema que requer atenção.

A placenta deve ser examinada cuidadosamente a fim de se determinar se o problema existe ou não. Quando a égua expele a placenta, esta deve ser colocada num saco de lixo, limpo, e metida num freezer ou ambiente fresco para o seu veterinário poder eventualmente examiná-la. É importante que haja apenas uma abertura na placenta, aquela através da qual o potro saiu. Uma segunda abertura é um indício de que um pedaço da placenta poderá ter ficado dentro da égua. Nunca remova a placenta manualmente porque pode causar um dano permanente no endométrio.

A ocitocina, um hormônio que provoca contrações do músculo uterino é muito utilizada pelos médicos veterinários na resolução de retenções placentárias. Às éguas com distocias, com retenção da placenta por mais de 12 horas com histórico de laminite pós-parto, febre ou corrimentos mal cheirosos, devem ser dados antibióticos e efetuadas lavagens uterinas. Como as éguas com uma história de retenção da placenta têm todas as probabilidades de repetirem a situação, estas são muitas vezes tratadas com ocitocina imediatamente após o parto.

Deve-se esperar 25 dias antes de cobrir as éguas que tenham tido retenção placentária. O seu veterinário deve também determinar se a placenta é saudável. Uma placenta não saudável pode apontar para um problema com o potro recém nascido.

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