sexta-feira, 4 de junho de 2010

AIE EQUINA.

Anemia Infecciosa Eqüina
Mundo Hípico (parcialmente alterado)

Esta doença, também conhecida como "febre dos pântanos", é produzida por um vírus. É mais freqüente em terrenos baixos e mal drenados ou em zonas úmidas de florestas densas. Apresenta-se sob várias formas clínicas, todas com relevante importância, e é disseminada em todo o mundo.

Os estudos iniciais desta doença foram realizados na França em 1843. Em 1859 foi constatado pelo pesquisador Anginiard o caráter contagioso da doença, sendo que a primeira demonstração de doença virótica foi feita em 1904/1907. No Brasil, a primeira descrição desta doença verificou-se em 1968, por Guerreiro e Col.

Os animais ficam suscetíveis à enfermidade quando têm resistência orgânica diminuída por um trabalho excessivo, calor intenso, alimentação inadequada e infestação por vermes.

A doença tende a apresentar-se sob forma enzoótica em fazendas ou áreas, não havendo disseminação fácil e rápida, nunca se observando, segundo Scott, contágio de animal para animal. Graves perdas são causadas nas áreas endêmicas, podendo desaparecer a mortalidade com o passar do tempo.

Observação feita por Fulton, que injetou água de charcos na veia de eqüinos reproduzindo a AIE, veio confirmar a teoria de Lohr, isto é, de que a infecção natural advém da ingestão, pelos insetos transmissores, de água ou alimentos contaminados.

O vírus está presente no sangue, saliva, urina, leite, etc. Os surtos aparecem quando é introduzido na manada um animal infectado ou portador. Casos crônicos podem existir em qualquer época do ano e são mais suscetíveis os animais desnutridos, débeis e parasitados.

Transmissão

É feita principalmente por insetos sugadores (moscas e mosquitos). Já foram também comprovadas as transmissões congênitas (placentária), pelo leite (aleitamento), pelo sêmen (acasalamento) e pelo soro-imune. As mucosas nasal e oral, intactas ou feridas, podem ser portas de entrada do vírus. O uso sem assepsia de material cirúrgico, por pessoas não-habilitadas, também aumenta a probabilidade da infestação. O animal, uma vez infectado, torna-se portador permanente.


Sintomas

Há uma forma aguda e outra crônica. Todavia, o vírus pode estar presente no sangue do animal sem produzir qualquer sintoma.
A forma aguda é assim caracterizada:
a) febre que chega a 40,6ºC;
b) respiração rápida;
c) abatimento e cabeça baixa;
d) debilidade nas patas, de modo que o peso do corpo é passado de um pé para outro;
e) deslocamento dos pés posteriores para adiante;
f) inapetência e perda de peso.

Se o animal não morre em três ou cinco dias, a doença pode tornar-se crônica. Na forma crônica observam-se ataques (crises) com intervalos variáveis de dias, semanas ou meses. Quando o intervalo é curto, em geral a morte sobrevêm depois de algumas semanas. Com os ataques, há grande destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, o que resulta em anemia.

A doença pode acometer eqüídeos (burros, zebra, etc.), de qualquer raça, sexo e idade. Tem como vetor os insetos hematófagos, porém, a transmissão pode ocorrer através de agulha usada. Todo proprietário deve fazer, pelo menos duas vezes ao ano, o exame específico para detecção da doença, eliminando os animais positivos e comunicando qualquer incidência à Casa da Agricultura. Qualquer eqüídeo, para ser transportado, precisa ter atestado de anemia eqüídeo infecciosa negativo.


Profilaxia

· Combate aos insetos e manutenção de boas condições sanitárias;
· Drenagem nos pastos alagados e fiscalização das aguadas e bebedouros, a fim de que os animais não bebam água estagnada;
· Não introdução de animais infectados na fazenda;
· Uso de agulhas hipodérmicas e instrumentos cirúrgicos descartáveis ou após terem sido convenientemente esterilizados.


Tratamento

Ainda não é bem conhecido qualquer tratamento eficaz. Normalmente, como prevenção, aconselha-se aumentar a resistência do animal, desintoxicar o fígado, fortalecer o coração e intensificar o metabolismo. Existem estudos recentes visando a eficácia dos tratamentos e conseqüente cura, mas, por enquanto, todo animal que apresentar Teste de Coggins positivo deve ser sacrificado.


Controle

· Isolar os animais com sintomas suspeitos (e fazer o Teste de Coggins antes de permitir o contato deles com os outros animais);
· Refazer periodicamente o exame em todos os animais;
· Evitar a entrada na fazenda de animais vindos de zonas enzoóticas sem os testes negativos recentes de imunodifusão;
· Drenar as zonas pantanosas e controlar os insetos transmissores;
· Todo material usado nos animais (para cirurgia, tatuagem, injeções, abre-bocas etc) deve ser esterilizado por fervura por mais de 30 minutos.

A possibilidade de uma vacina é remota, pois muitas já foram experimentadas e até o momento nenhuma apresentou resultados satisfatórios.

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