segunda-feira, 7 de junho de 2010

O pensamento dos cavalos.

O pensamento dos cavalos Uma abordagem simples sobre os Cavalos e a Equoterapia Aluisio Marins, MV Somos todos acostumados a ver cavalos na rua, nas hípicas, nos sítios e fazendas. Grandes e fortes criam-nos imagens e passam idéias de rusticidade e robusteza. Ao mesmo tempo são belos, formosos com crinas ao vento, fazendo com que uma forma diferente de animal apareça em nossa visão. De diferentes pelagens, geram cores que combinam com a natureza e com os ambientes em que vivem. Se perguntarmos para a maioria das pessoas, talvez esta será a descrição que encontraremos. Mas, existem muito mais coisas em um cavalo do que somente cores, patas, crinas e tamanho. Existe dentro de um cavalo algo diferente, que não estamos acostumados e ver por ai. Um "kit" se é que podemos chamar assim, que vem com todos os cavalos, e que acabam por apaixonar as pessoas que encontram-se à sua volta. Todo o qualquer cavalo já nasce com este kit básico, que é fruto de estudos ao redor do mundo, na tentativa de se entender mais os motivos pelos quais os cavalos são domesticados, são utilizados no esporte e lazer, e principalmente, por que nos apaixonamos tanto pelos cavalos. Cavalos são animais de defesa. São comidas de outros bichos da natureza, e por isso possuem instintos que os tornam especialistas em fuga e medo. Têm medo das coisas que não conhecem e fogem quando em perigo. Sempre pensam assim, a não ser em 2 situações que conhecemos muito: quando são ensinados pela quebra do medo tornado isto em confiança e quando se relacionam com outros seres vivos puros, inocentes e principalmente honestos e limpos de maldade. O citado "kit básico" que os cavalos possuem ainda é formado por mais algumas características que fazem destes animais ainda mais especiais e apaixonantes, como por exemplo, a honestidade nos atos, a cumplicidade com o próximo membro do grupo, a confiança pelo conforto, o respeito pelos indivíduos mais experientes. Os cavalos ainda possuem uma característica interessante: são animais que julgam as coisas por duas formas: o que eles entendem e aceitam e o que eles não entendem e não aceitam. Isto significa que quando um cavalo não entende ou não aceita algo, ele não faz e diz isto ao seu próximo com toda a calma e clareza. Não possuem "meias palavras", não são de enganar ou de ficar protelando uma informação ou causa. Além disso, ainda tem mais: quando aprendem a confiar em algo ou alguma situação, entregam-se com o coração para sempre fazerem o melhor.

O cavalo Baixadeiro, da Baixada Maranhense.

Embrapa vai investir na conservação de uma nova raça
eqüina ameaçada de extinção
O cavalo Baixadeiro, da Baixada Maranhense, é uma raça centenária no país e possui muitas
características importantes para programas de melhoramento genético animal.
Brasília, 15 de fevereiro de 2005 –A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,
uma das 37 unidades de pesquisa da Embrapa, vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, incorporou uma nova raça de animal
doméstico ameaçada de extinção ao seu programa de conservação. Trata-se do
cavalo Baixadeiro, um animal encontrado na região da Baixada Maranhense,
localizada ao norte de São Luís, e que engloba 21 municípios, ocupando uma área
de cerca de 18.000 km2. Essa raça eqüina é amplamente utilizada na região,
especialmente na lida com o gado e, além disso, é uma raça naturalizada que se
encontra no Brasil há séculos e, por isso, uma fonte potencial de genes de
interesse para programas de melhoramento genético animal.
O trabalho de conservação dessa raça será desenvolvido em parceria entre a
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Universidade Estadual do
Maranhão (UEMA). Em setembro do ano passado, dois professores da
Universidade, Francisco Carneiro Lima e Osvaldo Serra, visitaram esta Unidade da
Embrapa e falaram sobre o potencial do cavalo Baixadeiro e da importância de
conservá-lo. A visita despertou o interesse do coordenador das pesquisas em
conservação de raças naturalizadas de animais domésticos da Embrapa, Arthur da
Silva Mariante, levando-o a viajar para a região de Baixada Maranhense em
janeiro deste ano, acompanhado por aqueles dois professores da UEMA, além de
um terceiro, o professor, Afrânio Gazzola.
Por suas características fenotípicas e comportamentais, bem como pelas
informações que obteve junto aos professores da UEMA e aos produtores da
Foto: Arthur da Silva Mariante
Foto: Francisco Lima
cidade de Pinheiro, na Baixada Maranhense, Mariante confirmou o interesse da
Embrapa na preservação do cavalo Baixadeiro. A Empresa mantém um programa
de conservação e uso de raças de animais domésticos ameaçadas de extinção
desde a década de 80 e, graças a esse programa, que é conduzido em parceria
com outras unidades da Embrapa, diversas instituições de pesquisa e
universidades brasileiras, várias raças consideradas “locais” – pois estão aqui
desde o período da colonização – já estão praticamente livres do perigo de
extinção como o bovino Caracu e o ovino Crioulo Lanado.
Minas de ouro genéticas
As raças "locais" foram sendo substituídas, ao longo dos séculos, por outras
consideradas mais produtivas, mas como são raças centenárias, guardam
características de rusticidade e adaptabilidade adquiridas através da seleção
natural, que podem ser verdadeiros tesouros genéticos. O programa de
conservação e uso da Embrapa engloba bovinos, bubalinos, eqüinos, asininos,
suínos, ovinos e caprinos. Além do cavalo Baixadeiro, que é a sua mais nova
aquisição, o programa inclui três outras raças de eqüinos: Campeiro, Pantaneiro e
Marajoara.
Segundo Mariante, o primeiro passo será coletar sangue do cavalo Baixadeiro para
realizar a sua caracterização genética e compará-lo com as outras raças
naturalizadas de eqüinos que já vêm sendo estudadas. Depois disso, será efetuado
o levantamento populacional na Baixada Maranhense. O pesquisador explica que é
muito importante também para o êxito das pesquisas de conservação o
levantamento de informações junto aos criadores daquela região.. “Pelas
informações que obtive dos professores da UEMA, e pelo que pude verificar in
loco, o cavalo Baixadeiro tem características semelhantes às apresentadas pelas
raças Pantaneira e Marajoara, que também vivem em regiões inundáveis. Estas
semelhanças serão confirmadas através dos procedimentos de análise genética”,
afirma Mariante.
De acordo com ele, a Embrapa tem interesse especial nessa pesquisa, pois é
parceira da Universidade de Brasília (UnB) em uma tese de mestrado sobre
caracterização genética de raças naturalizadas eqüinas. A parte experimental da
tese está sendo desenvolvida no Laboratório de Genética Animal-LGA da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia por uma aluna da Faculdade de Agronomia e
Veterinária da UnB
Pecuária diversificada
Mariante ressalta que a pecuária da região de Baixada Maranhense é bem
diversificada, sendo composta principalmente por bovinos da raça Nelore e
bubalinos de várias raças. Ele explica que na viagem encontrou búfalos de
pelagem baia que, atualmente, é o grupamento genético mais ameaçado de
extinção do programa da Embrapa. O pesquisador pretende coletar material
genético (sangue) também desses búfalos para compará-los com a população
existente na Ilha de Marajó, PA, que está sendo pesquisada pela Embrapa
Amazônia Oriental, em Belém. “Aquela Unidade possui um pequeno rebanho
desses animais em uma fazenda denominada BAGAM (Banco de Germoplasma
Animal da Amazônia), localizada no município de Soure, e nós achávamos que
eram os últimos representantes desse grupamento genético no país". Se ficar
comprovado que os exemplares encontrados no Maranhão fazem parte desse
grupamento, vai ser um passo muito importante para aumentar a diversidade
genética do Núcleo de Conservação”, enfatiza.
Mariante lembra ainda que a parceria com a Universidade Estadual do Maranhão
para a conservação e uso do cavalo Baixadeiro está sendo firmada em momento
muito oportuno, pois a Embrapa assinou recentemente com aquela Universidade,
um acordo de cooperação técnica, que, além desta, engloba muitas outras
atividades de pesquisa.

Dicas de cavalgada.

Riding Safety Tips
Developed by the Certified Horsemanship Association and AQHA
Preparing for the Ride:
• Clean horse’s feet with hoof pick
• Check that shoes are tight
• Thoroughly groom your horse, especially areas where tack will touch him
• Be sure saddle pad is clean and pulled forward and up into gullet of saddle to create air space over withers and back
• Be sure saddle fits the horse without pressing on the spine or shoulders and that cinch is smooth, clean and tight
• Check bridle for proper adjustment with no pinching or loose straps and that leather is in good condition
• Have a properly fitting halter on under the bridle
• Have a lead rope around the horse’s neck or coiled and fastened to the saddle
• Apply fly spray or wipe on your horse
• Give horses opportunity to drink before starting on trail and allow them to drink on the trail if water is available
• Dress in layers
• Bring or wear a hat and sunscreen to prevent heat exhaustion or sunstroke
• Wearing a safety helmet is an individual and/or parental decision
What to Take:

• Current Coggins/health/brand inspection
• Form of identification
• Pocket knife
• Hoof pick
• Insect repellent
• Fly Spray
• Jacket
• Rain gear
• Water
• Snacks
• Hat
• Sunglasses
• Lip balm
• Sunscreen
• First aid kit for horses and riders
• String or leather for tack repair
• Gloves
• Compass
• Cell Phone in case of emergency
Rules on the Trail:
• Ride a horse that is suitable for your riding skill level
• Remember, even the most gentle horse can or will spook if startled, so be aware of your surroundings at all times
• Tie red ribbon in the tail of a horse that kicks
• Do not bring dogs
• Maintain space between you and the next horse
• Stay with the group or tell someone if you intend to leave
• Stay on designated trail
• Never trespass or ride on someone’s land without permission
• Never leave trash behind
• Never smoke while riding
• On farm land, leave livestock alone
• Leave all gates as you found them (open or shut)
• Don’t let horses injure the environment (Stay on the trail; if you stop and tie horses, spread them out and scatter manure before leaving)
• Observe fire regulations
• Don’t let horses foul the water near a camping spot
• Keep horses away from areas and places where manure will bring flies and be a nuisance
• Be polite and friendly to hikers, bikers, farmers and other people you meet on the trail
• Do not run past others
• If passing another horse on the trail, first ask the rider ahead if you can pass and allow plenty of room when passing
• When making a rest stop, loosen the horse’s cinch and lift up back of saddle and pad so air can get to his back and cool it
• If tying your horse, be sure to tie with the halter and lead rope, not the reins; tie the horse at a level even with his back or higher and use a quick release knot

Cavalo crioulo ultrapassando fronteiras.

Cavalo crioulo ultrapassando fronteiras
O cavalo crioulo tem seu primeiro registro no stud book da raça datado de 1931. Suas características principais longevidade, rusticidade e docilidade solidificaram a raça fazendo com que nos dias atuais esta tenha se expandido não só para fora do Rio Grande do Sul como do Brasil.
Atualmente, além dos países do Mercosul o cavalo crioulo está presente no Chile, França, Itália, Alemanha e Estados Unidos servindo ao lazer e participando das provas destes paises, tais como Rédeas, Team Penning, Paleteada Argentina, Prova Felipe Z. Ballester, etc., colocando-se sempre em posição de destaque.
Fomos conferir com o senhor Volnei Rodrigues, brasileiro radicado nos Estados Unidos há vários anos, sua opinião sobre a atuação do crioulo neste país. O criador nos relata que em 2005 levou para solo norte americano o primeiro casal de potrancos, sendo estes um marco do cavalo crioulo naquele país, não apenas pela beleza como pela função e talento desses animais.
Em 2007, novas aquisições foram feitas, desta vez três éguas, duas com prenhez, as quais pariram um casal, sendo estes os primeiros exemplares da raça crioula nascidos em território americano.
Na visão de Rodrigues, o mercado futuro da raça é bastante amplo, com utilização no trabalho, provas com gado (working cow), provas de resistência (endurance), passeio (trail ride) e também, pensando fora do âmbito western, algo em ascensão são os considerados American Large Ponies, categoria perfeita para raça crioula devido ao equilíbrio corporal de nosso cavalo.
Ao participar em pistas saltando (jumping for large ponies) ou em provas de adestramento (dressage) muitos caminhos de abriram para o comércio futuro.
Ainda segundo o senhor Volnei Rodrigues, vemos que a raça tem um futuro promissor nos Estados Unidos e a partir de sua experiência, podemos perceber sua paixão e incentivo à manutenção da raça:
O crioulo sempre foi minha paixão e já me sinto satisfeito em poder tê-los trazido para cá. Sei que há muito ainda a ser feito e que passo a passo vamos entusiasmando mais pessoas e criando adeptos a esta raça.
Mais crioulos virão e outros irão reproduzir-se por aqui, e o sonho é um dia mandar um crioulo nascido aqui correr uma prova no Brasil.
Cada vez que escuto sobre as vitórias dos crioulos por ai, como agora os que representaram o Brasil no exterior, penso que é uma repercussão positiva em qualquer país em que esta raça esteja.
Como homem do cavalo, tenho montado neste país cavalos de diferentes raças e isto só aconteceu depois da minha vinda para cá, porque no Rio Grande do Sul montava apenas crioulos. Este fato me faz cada vez mais apreciar a nossa raça e não desmerecendo as outras, o melhor cavalo de montaria do mundo chama-se crioulo.
Visando a qualificar seus funcionários na ampliação de suas capacidades em leitura, interpretação e produção de textos, vinculando a essas atividades o ensino da gramática em uso da língua portuguesa, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos oportuniza uma oficina de leitura e escrita de textos, ministrada na sede da instituição pela funcionária e estudante do curso de letras da Universidade Federal de Pelotas Simone Conti de Oliveira.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

SISTEMA DIGESTÓRIO




SISTEMA MUSCULAR


Passe o mouse sobre a imagem para conhecer os detalhes.



Selecionando as Matrizes

Selecionando as Matrizes
Revista do Cavalo Árabe

Muitos dos grandes criadores acreditam que suas matrizes contribuem no mínimo com 60% nas características do produto, pois além de repartirem com o garanhão a influência genética, as éguas exercem uma influência física e comportamental em sua cria. O organismo da égua nutre seu produto durante a gestação e posteriormente através de seu leite. O desenvolvimento de um produto é por isso, conseqüência da saúde da égua. A matriz também é responsável pela relação do potro com o meio ambiente; eles estão constantemente juntos durante a infância e de aprende muitos procedimentos com ela. Em razão dessas múltiplas influências, a seleção cuidadosa da matriz que vai compor o plantel de reprodutoras de um haras é crucial. A Revista Cavalo Árabe traz neste artigo algumas dicas gerais para a escolha de uma boa matriz, mas a pesquisa e o assessoramento de profissionais e criadores competentes e de sua confiança é essencial nesse trabalho.
Avaliando as Matrizes
A melhor medida do preço de uma matriz, é a qualidade de seus produtos. Primeiro análise detidamente a conformação e o tipo da égua. Então procure analisar o maior número possível de seus filhos e compare-os com ela. Quantos e quais herdaram suas características?
Da mesma forma, quais características que ela não transmitiu à sua prole? Entretanto não se esqueça de reconhecer a contribuição do reprodutor.
A matriz superior produz potros que herdam suas melhores qualidades e não seus defeitos. A boa matriz produz bons potros, mas ao mesmo tempo passa alguns de seus defeitos.
A matriz inferior passa sempre seus defeitos e seus produtos são sempre piores que ela.
A menos que os defeitos reproduzidos por uma matriz sejam pequenos, evite-a. Do mesmo modo evite aquela que não parece passar suas melhores qualidades a seus produtos.
A matriz ideal produz uma geração que pode melhorar ou no mínimo manter as qual idades da raça. Se uma égua não produz boas matrizes, ela não é uma boa matriz. Da mesma forma, seus machos devem ser superiores o bastante para parecerem garanhões valiosos.

Éguas Incubadoras: são chamadas assim as éguas que geram produtos semelhantes aos seus antepassados ao invés de assemelharem-se a ela. Uma égua incubadora de conformação pobre pode não transmitir seus defeitos em sua prole, produzindo animais de qualidade; mas seus filhos provavelmente não reproduzirão o que são, podendo passar posteriormente indesejáveis defeitos da mãe. Uma égua incubadora é habilitada para um programa de criação se ela individualmente possuir boas qualidades.

Fertilidade
Antes de comprar uma matriz, cheque sua relação de produtos para ver quantos potros ela produziu. Se ela não produziu potros regularmente, verifique se ela produzia e não pôde mais produzir, ou se ela simplesmente foi deixada vazia.
A matriz não deve ter tido infecções ou abortos. Ela deve ter o cio regularmente, ser fácil de criar, emprenhar rapidamente e parir sem dificuldade.

Conformação
Já que dentro das probabilidades genéticas as éguas participam com 50% das características do produto, elas devem apresentar uma boa conformação para influenciarem positivamente sua cria, mas além disso existem algumas características especiais, particularmente valiosas para as matrizes:

- As éguas tendem a ter um dorso mais largo que os machos, provavelmente para permitir espaço ao feto. Porém se o dorso é muito longo, repetidas gestações podem causar o estiramento do útero, aumentando a pressão nos intestinos e nas artérias uterinos.É importante que a vulva da égua seja vertical ao invés de inclinada para dentro. Uma vulva inclinada aumenta a possibilidade de infecções das áreas reprodutivas por bactérias e matéria fecal.
Ao avaliar uma matriz lembre-se que poucas delas são mantidas em condições de apresentação. A maior parte está no pasto e não recebe o condicionamento para se apresentar esbelta e atlética.
Quando julgar uma matriz, procure imaginar como era ela em sua juventude e qual a semelhança com sua progênie. Não penalize uma égua mais velha apenas por ela ter aparência de matriz. As repetidas gestações e falta de condicionamento levam as matrizes a desenvolverem ventres suspensos; suas garupas geralmente parecem caídas e os ossos das ancas são proeminentes. Se a estrutura óssea básica está correta, a matriz tem boa conformação.

Tipo
Selecione matrizes que se aproximem do seu tipo ideal de Cavalo Árabe para aumentar as chances de produtos do tipo que você deseja.

Movimentação
A movimentação pode ser herança de qualquer lado da família. Não escolha uma matriz que se movimente de uma maneira que você não goste, e lembre que a maior parte dos filhos dessa égua serão montados e serão mais valiosos se oferecerem uma andadura vistosa e agradável.

Pedigree
Quando escolher entre matrizes com qualidades individuais semelhantes, selecione sempre a que tem antepassado superior. O produto herda também características de seus antepassados, não apenas as da mãe. Talento geralmente é de família. Ao escolher sua matriz observe se sua família materna tem boa produção.
Tipo, conformação e movimentação são características herdadas. Escolha uma matriz de família que tenha se sobressaído na produção de animais com as qualidades que deseja em sua tropa.

Temperamento
Éguas que não mordem ou escoiceam são mais confiáveis e mais amáveis para o manejo que éguas intratáveis. Também os porros herdam isso. A matriz ideal é maternal. Se ela é assim, terá potros saudáveis e bem ajustados. Ela será paciente e protetora, confiará nas pessoas e ensinará o mesmo aos seus potros. Ela também influenciará no comportamento deles, possibilitando na prole maior disciplina mais tarde. Éguas que não aparentam amor aos seus potros não são destinadas a ser matriz, não importando o quanto são boas em conformação, tipo ou desempenho.

Show Record
Um show record não afeta a habilidade de produção de uma matriz. É sempre mais seguro comprar uma égua que tenha produzido campeões do que comprar uma égua que tenha sido campeã. A égua campeã pode não passar suas qualidades para seus porros.
Lembre também que vencedores são baseados na opinião de juizes e pode não ser o melhor sinal das verdadeiras qualidades ou habilidades da égua como reprodutoras. De qualquer modo, como ponto de vista comercial, o show record bem sucedido da matriz ajudará a vender seus potros.

Saúde
Se a égua não teve os cuidados apropriados, sua saúde debilitou-se. Antes de comprar uma matriz insista para que ela passe por um exame veterinário. O veterinário apalpará a égua e fará uma biópsia uterina para verificar se ela dá sinais de reprodução. Pergunte se a matriz teve infecções ou abortos, se ela teve algum problema de cria ou produção, e se ela produz bastante leite.

Idade
Os anos mais férteis de uma égua geralmente estão entre os 5 e 15 anos. É indicado adquirir matrizes provadas dentro dessa variação de idade, apesar de elas serem geralmente mais caras. Éguas virgens que nunca produziram um potro, não possuem provas de sua capacidade reprodutiva.

Cheque a fertilidade e habilidade de produção da família dessa égua, especialmente de sua mãe, como indicação de sua presumível performance como matriz.
Éguas velhas às vezes são difíceis de segurar a cria e podem ter uma produção menor do que éguas jovens. Parir também é mais perigoso para éguas velhas, se seu útero está cicatrizado, seus potros serão subnutridos ou abortados. Apesar desses grandes riscos, muitas éguas Árabes permanecem férteis até a idade avançada e sua idade não influencia na qualidade de seu produto.

Muitas éguas Árabes de idade avançada têm dado mostras de boa produção. Uma potranca ainda em crescimento está adquirindo nutrientes importantes para seu desenvolvimento. Uma prenhez precoce pode colocar em risco sua saúde ou até encurtar sua vida. Portanto observe a fase de amadurecimento da égua e leve isso em consideração ao adquirir uma potranca.

Finalmente ao escolher uma égua para seu plantel de reprodutoras lembre-se, a matriz é o grande tesouro de um criador.

Vacinar é preciso

Vacinar é preciso
Revista Horse Business 05/2000

A vacinação é fundamental para prevenir doenças e garantir a saúde do seu animal

No que diz respeito à saúde do cavalo, um dos pontos de extrema importância é o calendário de vacinação. Daí a necessidade de um eficiente cronograma de vacinação para que sejam evitadas muitas doenças graves, como o tétano, por exemplo. Mais do que apenas vacinar, um programa de controle e prevenção de doenças infecciosas deve também visar a redução da quantidade de agentes causadores de doenças no meio em que os animais vivem. Isso pode ser obtido através da higiene e limpeza.

A queda da resistência imunológica do animal também deve ser reduzida ao máximo, de forma a tornar o programa de vacinação mais eficiente. Toda vacina destina-se a estimular o sistema imunológico do animal para dar a ele condições de se defender do agente causador da doença. Os microorganismos patogênicos são mortos ou atenuados tornando-se incapazes de provocar a doença propriamente dita.

No entanto, eles ainda contêm os antígenos, proteínas que, ao serem introduzidas no organismo, estimulam a produção de anticorpos específicos, levando à imunidade contra aquele agente patogênico. Dessa forma, ao ser defrontado com a doença, o animal não apresentará sintomas clínicos, ou os terá de maneira muito atenuada.

Em um estabelecimento eqüestre, a vacinação é obrigatória. Ela tem baixo custo, facilidade de aplicação e baixa incidência de efeitos colaterais. "Toda vacina destina-se a estimular o sistema imunológico do animal para dar a ele condições de se defender do agente causador da doença". Abaixo, conheça a melhor época de vacinar seu cavalo.

A tabela é dividida por doença, idade do animal (potros de até um ano), cavalos jovens, cavalos de esporte, cavalos de lazer e égua de cria, com os respectivos comentários:

Tétano
1ª dose: 3-4 meses, 2ª dose: 4-5 meses - Anual - Anual - Anual - Anual
4-6 semanas antes do parto - Melhor administrar combinação com encefalomielite e influenza

Encefalomielite eqüina
1ª dose: 3-4 meses, 2ª dose: 4-5 meses - Anual (primavera) - Anual (primavera) - Anual (primavera) - Anual
4-6 semanas antes do parto - Melhor administrada em combinação com tétano e influenza

Influenza eqüina
1ª dose: 3-6 meses, 2ª dose: 4-7 meses, 3ª dose: 5-8 meses - repetir a cada 3 meses - A cada 3 meses - A cada 3 meses - Semestral com reforço antes da exposição - Ao menos semestral com reforço 4-6 semanas antes do parto - A imunização primária de potros exige uma série mínima de 3 doses

Rinopneumonite
1ª dose: 2-3 meses, 2ª dose: 3-4 meses, 3ª dose: 4-5 meses repetir a cada 3 meses - A cada 3 meses - A cada 3 meses - Opcional semestral - 5º - 7º - 9º mês de prenhez com vacina EHV-1 inativa.
Recomenda-se também a vacinação das éguas antes da cobertura e 4-6 semanas antes do parto (EHV-1 e EHV-4)

Raiva
1ª dose: 3-4 meses, 2ª dose: 4-5 meses - Anual - Anual - Anual - Anual
Antes da cobertura - Vacinação recomendada naquelas regiões onde há incidência de raiva em animais silvestres

Garrotilho
1ª dose: 8-12 semanas, 2ª dose: 11-15 semanas, 3ª dose: 14-18 semanas, 4ª dose: na desmama - Semestral - Opcional semestral (quando houver grande risco) - Opcional semestral (quando houver grande risco) - Semestral com uma dose 4-6 semanas antes do parto.
Utilizar em circunstâncias de elevado risco de infecção.

Obs: Antes de seguir a tabela acima, procure um profissional ou cooperativa para confirmar a incidência e épocas de vacinação regional. Fique atento a possíveis epidemias e endemias para que sejam aplicadas doses de reforço ou preventivas.

Odontologia Eqüina

Odontologia Eqüina
Alexandre Archanjo Carneiro

De cavalo, dado ou comprado, olham-se os dentes

Já faz algum tempo que os dentes dos cavalos deixaram de ser avaliados somente quando se queria saber a idade do animal. Os veterinários especializados eram escassos e os cursos de especialização no Brasil, inexistentes. Porém, hoje a Odontologia Veterinária vem ganhando a importância que sempre mereceu na saúde e até treinamento dos animais, sejam eles de esporte ou não. Já existem cursos de especialização no Brasil, embora quase toda a tecnologia seja estrangeira e também já existem profissionais capacitados para qualquer tipo de avaliação e tratamento dentário.

O cavalo nasce somente com alguns dentes pré-molares e, no decorrer seu desenvolvimento, os demais dentes vão erupcionando, num processo que continua por toda a vida do animal. Um eqüino adulto normal tem os incisivos que se tocam como torquês, sem sobreposição; arcada superior mais larga que a inferior, fazendo com que os molares superiores se posicionem tocando mais lateralmente os molares inferiores. Não há espaços entre os dentes, exceto entre os últimos incisivos e os caninos e entre os caninos e os primeiros pré-molares. Além disso, a mastigação acontece com excursão lateral da mandíbula, para um lado de cada vez e a mandíbula tem deslizamento rostro-caudal (para frente e para trás).

O distúrbio congênito (que já existe no recém-nascido) mais comum, ainda que seja raro, é a permanência da fenda palatina, que ocorre quando as duas lâminas de osso que formam o palato (“céu-da-boca”) não se fecham. Esse fechamento deve ocorrer ainda quando o potro está no ventre da égua. Quando isso não ocorre, a cavidade bucal tem comunicação direta com a cavidade nasal, o que não é incompatível com a vida, embora possa facilitar a instalação de doenças fatais, como uma pneumonia por aspiração do leite para os pulmões.

Os problemas adquiridos mais comuns são: de erupção, desgaste anormal e fraturas dos dentes, incidência dos dentes-de-lobo, problemas de oclusão. A incidência desses distúrbios varia de acordo com a idade, condições de manejo e raça dos animais.

Problemas de erupção podem ocorrer quando os dentes decíduos (dentes-de-leite), ficam retidos formando uma cápsula óssea acima do permanente, impedindo a erupção do mesmo. O tratamento indicado é a remoção, que deve ser feita por um profissional. Aqui uma questão importante: os cavalos também trocam os dentes, exceto os molares e caninos.

O desgaste anormal dos dentes leva à formação de ganchos, rampas, ondas e cantos. Essas formações dificultam a o deslizamento da mandíbula durante a mastigação. O animal tende a mastigar somente para um lado, e tem a digestibilidade dos alimentos prejudicada, perdendo peso. Além disso podem ser formar espículas ósseas (espinhos) que lesam a mucosa oral e língua. O tratamento é feito através do grosamento das imperfeições à medida que aparecem. Os procedimentos são feitos com brocas próprias para cada caso, com auxílio de um abridor de boca.

Dentes-de-lobo é a denominação que se dão aos primeiros pré-molares. Não se deve confundi-los com os caninos, presentes em todos os machos e em algumas fêmeas. Os primeiros pré-molares não têm importância na mastigação, estão localizados à frente dos dentes esmagadores (aqueles no fundo da boca), e existem na maioria dos cavalos principalmente na arcada superior. Tendem a ser grandes nos lusitanos mas, em geral, são apenas vestígios ósseos, sendo, comumente, pequenos nos PSI e quarto de milha. O maior problema causado pelos dentes-de-lobo é a resistência do animal à ação das rédeas pois há desconforto quando a embocadura toca neles. Costuma-se grosar o dente-de-lobo próximo à gengiva, mas em cavalos de alta performance o mais indicado é a extração. Nesses animais também é comum o aparamento da superfície dos pré-molares restantes para um melhor posicionamento da embocadura.

Os problemas de oclusão mais comuns ocorrem quando o cavalo não apresenta os incisivos se tocando como torquês, ou seja, a face cortante dos superiores exatamente em cima da face cortante dos inferiores. Fraturas de coroa dentária (parte visível do dente) também são comuns e podem desencadear um abscesso dentário e até abscesso facial ou sinusite. Outra fratura comum é a da mandíbula. Todos esses problemas podem ser resolvidos por um profissional especializado.

Problemas dentários podem causar distúrbios gastrintestinais, cólicas, perda de peso, problemas de coluna, traumas na mucosa bucal, traumas na língua, abscessos, fístulas faciais, sinusites, tumores e queda na performance.

Durante um exame clínico há aspectos importantes para avaliar a saúde bucal do cavalo. Deve ser observada a musculatura da cabeça e pescoço pois quando o cavalo tem dificuldade de mastigar para um dos lados a musculatura do outro lado tende a se desenvolver mais que o outro. A dificuldade na mastigação também pode ser verificada quando pedaços grandes de fibras vegetais são encontrados nas fezes.

O tamanho dos alimentos também é importante, assim como a quantidade de volumoso e pastagem. Quanto menor o tamanho dos alimentos maior o risco de problemas dentários, pois o tempo de mastigação é menor. Da mesma forma pouco verde na alimentação do cavalo dificulta do desgaste correto dos dentes, que ocorre quando os animais se alimentam de plantas que contêm sílica como as gramíneas.

A percussão dos seios paranasais pode ser útil para diagnóstico de sinusite de causa dental. Além dos métodos anteriores de verificação, o mais eficiente é a visualização e palpação direta nos dentes.

Para um diagnóstico de qualquer problema é fundamental a visita de um veterinário especializado. Esse profissional dispõe de técnica e equipamentos necessários para a análise e tratamento de qualquer distúrbio que esteja acometendo os dentes ou a cavidade oral dos eqüinos. Os profissionais veterinários dispõem de técnicas de exodontia, endodontia e ortodontia, inclusive com aparelhos ortodônticos, e podem indicar mudanças de manejo que previnam ou amenizem os problemas bucais e dentais. Já contam com uma entidade representativa, a Associação Brasileira de Odontologia Veterinária (ABOV), e, apesar de se concentrarem principalmente no eixo Rio – São Paulo, atendem os animais em propriedades por todo País.

Como se pode perceber, a boca e os dentes são suscetíveis de sofrer vários problemas, alguns deles graves. Com o desenvolvimento da Odontologia Veterinária, surgem tecnologias para manter a saúde bucal dos animais, e essas devem ser aplicadas de forma rotineira para manter o eqüino saudável como um todo. Assim, olhar os dentes e a boca, mesmo de um cavalo ganhado, não é mais sinal de rudez e sim respeito para com o mesmo. Não se deve esquecer que é pela boca que se dá o contato mais íntimo entre cavalo e cavaleiro e através dela que a montaria se doa por completo aos anseios e caprichos do ginete.

Manejo de Éguas Prenhas

Manejo de Éguas Prenhas
Haras TGS

Então sua égua premiada está para dar a cria e não há mais nada o que fazer além de esperar até que o potro de seus sonhos nasça, certo? Errado! Nutrição, exercício, vacinações e gestação monitorada são fatores que, quando administrados cuidadosamente, podem melhorar suas chances de obter um recém-nascido saudável. Relatos de veterinários descrevem que, ao longo da gestação, a égua prenhe deveria ser mantida com uma ração equilibrada que lhe permitirá manter-se saudável e ativa. Outros dizem, ainda, que o ganho de peso excessivo ou perda devem ser evitados.

Um modo fácil de se determinar se o peso está correto é apalpar as costelas. Estas devem ser facilmente apalpáveis mas não devem ser visíveis. O exercício pode controlar também o ganho de peso em excesso. Equitação moderada e trabalho são normalmente seguros até o 5º mês de gestação. São encorajadas atividades físicas moderadas e exercícios livres ao longo de toda a gestação.

Protegendo a égua de parasitas, protege-se o feto também. Idade, alojamento, e participação em exposições contribuem para ameaçar a saúde em relação a parasitas. Sempre leia rótulos e confira com seu veterinário antes de aplicar qualquer medicamento. Certos produtos não são seguros para as várias fases de gestação.

Dicas adicionais sobre como controlar a exposição de éguas a parasitas:
· Todos os cavalos da propriedade devem entrar em um programa de vermifugação.
· Animais do mesmo pasto e de idade semelhante devem receber vermifugação juntos. Cavalos mais jovens são mais sensíveis e por isso apresentam uma carga parasitária maior, aumentando a infestação parasitária dos pastos pela via fecal.
· Evite alimentar os animais diretamente no chão.
· Cavalos em trânsito e recentemente adquiridos devem ser vermifugados e isolados de 1 a 2 semanas antes de serem colocados junto com os demais animais.
· Faça exames de fezes dos animais regularmente em laboratórios.
· Utilize sempre a dosagem recomendada.

Junto com um programa de vermifugação, um programa de vacinação coordenado por um veterinário é imprescindível. A gestação poderá ser monitorada por um veterinário manualmente ou por ultra-som. Éguas que tiveram problemas na gestação e na parição, são mais propensas a terem os mesmos problemas no futuro.
Gestações de alto risco podem ser causadas por conformação vulvar pobre, cólica, laminite e exposição a substâncias tóxicas. Éguas expostas ou infectadas com o herpes eqüino, têm uma probabilidade maior de abortar (aborto infeccioso).

Lembre-se sempre de observar estes fatores, pois os mesmos são de extrema importância:
· nutrição, · exercício, · grau de infecção parasitária,
· vacinações e
· gestação monitorada.

E nunca se esqueça de consultar seu veterinário.

Transferências de embriões

Transferências de embriões
Dr Eduardo Onoe - Médico-Veterinário CRMV SP 7215

Há mais ou menos 15 anos, quando nasceu o primeiro potro de transferência de embrião, já se tinha consciência do impacto que esta técnica poderia causar no meio da criação de equinos.

Os criadores e proprietários de éguas mais bem informados já começavam a sonhar com a possibilidade de se conseguir mais de um potro por ano de suas melhores éguas. A transferência de embriões vem justamente para tentar ajudar os criadores a transpor o gargalo na criação de cavalos de alta qualidade que é a escassez de matrizes comprovadas. Jogada a um segundo plano em um meio onde os garanhões sempre foram a estrela principal de cada criatório, as éguas foram aos poucos obtendo o merecido reconhecimento e hoje sabe-se que um criatório de cavalos vive sem um bom garanhão mas não sem boas matrizes.

DEFINIÇÃO
A transferência de embriões é, por definição, um método artificial de reprodução que é utilizado para retirar um embrião do interior do útero de uma égua doadora e levá-lo para o interior de uma égua receptora. A receptora se encarregará de levar a gestação a termo e assegurará igualmente a lactação.

Os procedimentos básicos realizados na transferência de embriões são:
· Sincronização da ovulação entre doadoras e receptoras;
· Cobertura ou inseminação da égua doadora ;
· Lavagem do útero da doadora e colheita do embrião , normalmente no 7º ou 8° dia após a ovulação da doadora ;
· Localização, manipulação e eventual estocagem do embrião ;
· Seleção e preparação da égua receptora , e, finalmente;
· A transferência para o útero da égua receptora.

A égua doadora é coberta ou inseminada próximo à ovulação , sendo o dia da ovulação designado como dia 0. No dia 7 ou 8 , o útero da égua doadora é lavado para colheita de embrião. Este é localizado e identificado através de uma lupa e, em seguida, pode ser transferido para uma égua receptora de duas maneiras: cirurgicamente, através de uma incisão no flanco , ou não cirurgicamente através de uma pipeta. Atualmente, 95% das transferências de embrião realizadas são feitas pelo método não cirúrgico.

VANTAGENS DE SUA UTILIZAÇÃO
Os maiores motivos para realização de uma transferência de embriões são:
· Égua doadoras inférteis, resultando em impossibilidade de conduzir o feto a termo;
· Problemas físicos em éguas doadoras, como laminite ou trauma pélvico que também culminam na impossibilidade de conduzir o feto normalmente;
· O desejo de manter a égua doadora em competições, possibilitando conciliar a carreira esportiva com a carreira reprodutiva , e
· O desejo de aumentar a produtividade de uma égua para mais de um potro por ano.

A realização da técnica de transferência de embriões traz também outras vantagens , tais como :
· A obtenção de uma maior quantidade de descendentes de éguas superiores, de alto valor genético, fazendo com que a influência genética da fêmea no rebanho seja mais marcante;
· A obtenção de gestações de animais em competições hípicas, permitindo manter em paralelo a atividade esportiva da égua doadora;
· Obtenção de potros de éguas valiosas mais velhas, que podem ter dificuldade no aleitamento e na gestação ou já possuem uma degeneração uterina e lesões cervicais e vaginais;
· Obtenção de potros de éguas de dois anos, já que nesta fase a gestação é contra-indicada e pode prejudicar o desenvolvimento da potra;
· Obtenção de gestação de éguas subférteis, que por algum motivo ficaram impossibilitadas de gestar;
· Obtenção de gestação de éguas que parem tardiamente na estação; e
· Obter um ou mais potros de éguas que são objetos de transação comercial, fazendo com que essas éguas , antes de serem vendidas, produzam embriões de interesse ao ex proprietário.

RESULTADOS
Os resultados de prenhez por transferência de embrião variam de acordo com a associação de dois fatores:
· a taxa de recuperação embrionária e
· a taxa de prenhez após a transferência deste embrião para a receptora. Em relação à taxa de recuperação embrionária , esta gira em torno de 60% ou seja , de cada 100 lavagens uterinas realizadas , consegue-se encontrar embriões em cerca de 60 tentativas.

Os fatores principais que podem afetar esta taxa são, dentre outros:
· Dia da colheita , sendo que o ideal é que seja realizado nos dias 7 e 8 após a ovulação;
· Fertilidade do sêmen do garanhão , onde garanhões com sêmen com melhor fertilidade aumentam a chance de recuperação embrionária. Ë por isso que o sêmen congelado, devido a sua menor fertilidade, oferece piores resultados de recuperação embrionária;
· História reprodutiva da égua onde a taxa de recuperação embrionária é menor em éguas velhas ou subférteis do que em éguas jovens e férteis;

Já em relação à taxa de implantação embrionária, esta tem girado em torno de 65%, ou seja, de cada 100 tranferências de embrião realizadas, cerca de 65 resultam em gestação.

Os fatores principais que podem afetar esta taxa são, dentre outros:
· A habilidade do técnico que realiza esta transferência do embrião;
· A qualidade do embrião encontrado, onde logicamente embriões em bom estado oferecem melhores resultados de prenhez;
· A idade da doadora, onde doadoras idosas normalmente levam a taxas piores de prenhez;
· Qualidade reprodutiva da receptora, onde deve-se utilizar de preferência receptoras sabidamente férteis, otimizando desta maneira os resultados de prenhez;

Portanto, deve-se considerar a necessidade de, em média, 3 tentativas ( 3 inseminações da doadora ) para se obter uma prenhez na receptora, pois como foi explicado anteriormente, nem toda ovulação com inseminação resultam em fertilização; nem todo embrião é recuperado nos lavados uterinos; nem todo embrião coletado é viável e nem todo embrião viável transferido resulta em prenhez da receptora.

CONCLUSÕES
A transferência de embrião têm adquirido mais e mais simpatizantes que procuram nesta técnica uma maneira que agilizar o processo de seleção através do aumento de produtividade das éguas de genética superior. Hoje em dia, o Mangalarga Paulista, Mangalarga Marchador, Quarto de Milha , Appaloosa , Paint Horse, Árabe , Brasileiro de Hipismo, permitem e utilizam em quantidades crescentes esta técnica de reprodução artificial.

Basta citar que das 643 coberturas comunicadas na estação de monta de 1999 na raça Brasileiro de Hipismo , 123 eram referentes à comunicações de transferências de embrião ( 19,10% ) , o que significa que 1 em cada 5 potros nascidos da raça Brasileiro de Hipismo é resultado de transferência de embrião e logicamente oriundos de éguas de genética superior. Mesmo sabendo que a biologia nem sempre segue regras matemáticas, pelo menos a transferência talvez permita que o sonho dos criadores que a utilizam fique um pouco mais próximo à realidade.

Gestação da Égua

Gestação da Égua
Dr. José Carlos Duarte - Médico-Veterinário, Portugal

Uma égua normal, numa expressão corriqueira, podemos dizer que passa a vida prenhe, e que o seu principal estatuto é a prenhez, pois tão logo se desocupa de um potro se prepara para conceber outro, ano após ano. Antes de abordar o assunto, é importante partirmos de referências certas e definições de base, para que possamos desenvolver raciocínios localizados, neste longo período de tempo de ocorrências variadas.
Assim é importante avançar alguns enquadramentos:

1. Na égua a fertilização ocorre nas trompas de Falópio, estrutura orgânica subjacente ao ovário que recebe o óvulo ou oócito e onde se dá a fecundação - INÍCIO DA GESTAÇÃO.

2. Entre esta estrutura e o útero há o oviducto, minúsculo órgão tubular que conduz o oócito já fecundado até ao útero, que demora entre 5 e 7 dias para percorrê-lo.

3. O útero é, de fato, a sede onde o novo ser vai residir durante este longo período de cerca de 340 dias e onde, ao longo do tempo, se desenvolverá, passará por várias fases na dependência de sua mãe, até vir à luz

4. A gestação da égua dura em média cerca de 340 dias, havendo autores que a enquadram entre os 320 e 375 dias.

5. Quando um potro nasce entre os 320 e os 300 dias, diz-se prematuro.

6. Quando um potro nasce antes dos 300 dias, diz-se aborto.

Nos primeiros dias de gestação, o futuro potro chama-se embrião e nos primeiros 14 a 16 dias da sua presença no útero, a mãe não sabe ainda que está prenha e a sua produção hormonal ocorre como a de uma égua que cicla normalmente. Se a égua estivesse num ciclo sexual normal, sem ter sido coberta, por esta altura (15º dia) no útero produzir-se-ía um hormônio chamado de prostaglandina que interromperia a produção de progesterona pelo Corpo Amarelo e a égua voltaria novamente ao cio.

Agora a presença do embrião e a ocorrência da formação e fixação duma vesícula embrionária em algum local do útero, coincide com o aumento do tônus uterino e o desenvolvimento progressivo do embrião, impedindo a produção de prostaglandina e assegurando o bom desenvolvimento da gestação. Estes fenômenos ocorrem por volta dos 18-20 dias da presença do embrião no útero.

Esta designação de embrião mantém-se até que todos os órgãos estejam formados, como que numa réplica miniatura do que será o futuro potro. Isto ocorre por volta dos 40 dias e a partir daqui passamos a chamar-lhe feto. Depois da fecundação e nidação, já sumariamente abordados, debrucemo-nos um pouco mais detalhadamente sobre o último trimestre da gestação: Nos últimos 3-4 meses da gestação, as necessidades nutricionais da égua aumentam.

Aumentam muito ! É neste último trimestre que o feto acaba o seu desenvolvimento, o que corresponde a dizer que neste período ocorre cerca de 60% do seu desenvolvimento. A mãe égua começa a preparar, por esta altura, também a fisiologia da próxima lactação, o que a leva a mobilizar mais reservas do seu próprio organismo.

Para que a égua possa suportar e suprir este aumento, precisa de cerca de 20% de energia na dieta, além do que normalmente necessitaria para a sua a sua manutenção, bem como mais cerca de 30% de proteína. As necessidades de cálcio, fósforo e outros minerais aumentam enormemente, assim como de vitaminas, especialmente a vitamina A.

É de fato neste último terço da gestação que as necessidades realmente disparam, em contrapartida com os 2/3 anteriores, (nestes 2/3 o feto cresce cerca de 90 grs. por dia) em que as necessidades da mãe égua mantém-se aos níveis médios das exigências normais da manutenção. Por outro lado, atendendo à nossa época de cobrição/partos e a fatores climáticos, este último terço da gestação coincide precisamente com a altura do ano de maior penúria alimentar, para animais criados em regime extensivo, como são a maior parte das nossas lusitanas.

De igual modo, o crescimento do feto e o aumento de todas as outras estruturas uterinas que suportam a gestação - placenta e líquidos aminióticos - reduzem também de alguma forma a capacidade digestiva por compressão de todos os órgãos abdominais, com especial destaque para o estômago e intestino, levando assim a menor capacidade de ingestão e a digestões mais difíceis, se o alimento de balastro ingerido não for de boa qualidade.

A esta altura, início do inverno, há ainda outros fatores que pouco ajudam a amenizar este quadro de contrariedades. Levando-se em conta o que alguns autores descrevem acerca dos componentes vitamínicos (A, D e E) do feno, guardado à mais de 3 ou 4 meses, que sofrem um grande decréscimo nos seus teores qualitativos, estes devem ser analisados para se ter a certeza do tipo de nutrientes que estamos fornecendo ao animal.

É portanto, muito importante neste período, fornecer ao animal uma alimentação completa e balanceada, sob os vários pontos de vista abordados, para que a égua chegue ao parto em excelente forma física, visto que é geralmente no pós-parto que se verificam drásticas perdas de peso, que serão muito mais acentuadas se no período seco (antes do parto) a mãe égua foi sujeita à subnutrição, comprometendo depois a capacidade de produção de leite e subseqüentemente o desenvolvimento do potro. Nesta fase final da gestação, parto e início de lactação, a égua deve ter acesso à alimentos de qualidade, fenos e concentrados, e deve-lhe ser oferecido, diariamente, no cômputo dos alimentos citados, no mínimo cerca de 3% do seu peso vivo.

Éguas - Retenção Placentária

Éguas - Retenção Placentária
Dr. Carlos Rosa Santos

Quando um potro nasce sem complicações, o criador descontrai-se. Mas há um acontecimento adicional com que se deve preocupar - a expulsão da placenta.

A expulsão da placenta marca o fim da terceira e última fase do parto. As contrações do miométrio (músculo uterino) começam na ponta do corno uterino da égua, expelindo as membranas da placenta.

Na verdade, o alantocórion (placenta) inverte-se à medida que "rola" através do útero. Assim, a superfície alantóide ficará na parte de fora da placenta expelida. Enquanto isto acontece, as éguas podem mostrar sinais de cólicas leves, estar inquietas, deitarem-se e rolarem.



A placenta normalmente é expulsa entre 30 minutos a 3 horas depois do nascimento. Se não for expelida nas três horas seguintes, é considerada uma placenta retida e requer a atenção de um médico veterinário.

Pode haver retenção de toda ou parte da placenta o que ocorre em cerca de 11 por cento das éguas. As éguas mais velhas (de 15 anos ou mais) retêm a placenta mais freqüentemente do que as mais novas. A retenção da placenta tem mais probabilidades de acontecer em éguas de tração depois de distocias (partos difíceis), gestações prolongadas e cesarianas. Uma placenta retida pode ocasionar metrite, laminite, septicémia ou mesmo a morte da égua.

A metrite aguda e a laminite são mais comuns em éguas de tração. Se uma égua retém a placenta uma vez, é candidata a recidivas da situação em partos subseqüentes. Más condições físicas ou mau meio ambiente poderão aumentar a incidência da retenção de placentas.

As éguas que retêm a placenta, usualmente, não têm os sinais normais de pequenas cólicas associadas com a saída da placenta. Uma placenta protuberante da vulva da égua e tocando-lhe nos curvilhões deverá ser dobrada sobre si própria e amarrada com um cordel. Isto evita que a égua a pise e rasgue deixando pedaços no útero, evitando também que ela se assuste e comece a escoicear, podendo ferir o potro. Mesmo uma pequena porção da placenta que fique retida na égua deve ser considerado como um problema que requer atenção.

A placenta deve ser examinada cuidadosamente a fim de se determinar se o problema existe ou não. Quando a égua expele a placenta, esta deve ser colocada num saco de lixo, limpo, e metida num freezer ou ambiente fresco para o seu veterinário poder eventualmente examiná-la. É importante que haja apenas uma abertura na placenta, aquela através da qual o potro saiu. Uma segunda abertura é um indício de que um pedaço da placenta poderá ter ficado dentro da égua. Nunca remova a placenta manualmente porque pode causar um dano permanente no endométrio.

A ocitocina, um hormônio que provoca contrações do músculo uterino é muito utilizada pelos médicos veterinários na resolução de retenções placentárias. Às éguas com distocias, com retenção da placenta por mais de 12 horas com histórico de laminite pós-parto, febre ou corrimentos mal cheirosos, devem ser dados antibióticos e efetuadas lavagens uterinas. Como as éguas com uma história de retenção da placenta têm todas as probabilidades de repetirem a situação, estas são muitas vezes tratadas com ocitocina imediatamente após o parto.

Deve-se esperar 25 dias antes de cobrir as éguas que tenham tido retenção placentária. O seu veterinário deve também determinar se a placenta é saudável. Uma placenta não saudável pode apontar para um problema com o potro recém nascido.

Mioglobinúria Paralítica

Mioglobinúria Paralítica
Alexandre Archanjo Carneiro

O "mal da segunda-feira" ou mioglobinúria paralítica, é uma miosite, um processo inflamatório, que acomete os músculos esqueléticos dos membros posteriores do cavalo, causado por acúmulo de ácido lático. Geralmente ocorre em eqüinos superalimentados com concentrado durante longo período de repouso e submetidos, posteriormente, a exercícios físicos fatigantes.

Essa miosite também pode ser chamada mioglobinúria paralítica, ou azotúria. Alguns também a chamam de tying-up, rabdomiólise por esforço ou amarração, que pode ocorrer também como seqüela de processos cirúrgicos ou qualquer situação de stress do animal como cólica, doenças infecciosas, condições adversas de tempo, transporte. Aqui cabe uma consideração: Apesar de serem distúrbios similares (mecanismo, sinais, sintomas e tratamento), mioglobinúria paralítica é uma patologia diferente de amarração; a primeira moléstia é grave e a segunda branda. Outras diferenças são vistas na clínica (intensidade de sinais clínicos) e na microscopia (histopatologia). Considerações feitas, vamos ao mecanismo das miosites em questão.

Em condições de exercício intenso, o músculo trabalha em anaerobiose (produção de energia na ausência de oxigênio) e, quando está superalimentado, uma excessiva quantidade de ácido lático é produzida. O ácido lático, quando acumula nos músculos, causa necrose, com destruição da membrana das fibras musculares (miofibrilas). Com o rompimento das miofibrilas é liberada grande quantidade de mioglobina que atinge a corrente sanguínea. Além da lesão muscular, a mioglobina liberada passa pelos rins, pigmentando a urina. Esse excesso de proteína no sangue e nos rins leva à azotúria ou azotemia (aumento uréia e creatinina no sangue) e pode causar lesão renal. Lesões renais e outras alterações sistêmicas podem levar o animal a óbito.

O aumento do ácido láctico na corrente sangüínea, além das lesões musculares, causa um desequilíbrio ácido-básico no plasma levando ao aumento da freqüência respiratória, da freqüência cardíaca. Esse aumento da quantidade de ácido láctico também é responsável pelo fenômeno denominado acidose metabólica. O equilíbrio ácido-base e a acidose metabólica, assim como a insuficiência renal, são alterações importantes, mas serão tratadas em artigos posteriores.
Os primeiros sinais do "mal da segunda-feira" podem surgir logo após o exercício, porém o mais comum é sua detecção na manhã no dia posterior ao exercício forçado. Os principais sintomas são stress muscular, rigidez à locomoção (o cavalo pode assumir a posição de cachorro sentado), tremores musculares, dor, incoordenação motora, urina escura e congestão das conjuntivas. Pode ainda apresentar sudorese (suor excessivo), desidratação e aumento nas freqüências cardíaca e respiratória e aumento da temperatura, principalmente na musculatura do membro posterior.

Aos primeiros sinais um veterinário deve ser chamado uma vez que a doença pode ser fatal, dependendo da gravidade das lesões, e o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível. Além disso o veterinário indicará medidas para aliviar os sintomas e prevenir novos casos.

A prevenção ainda é a melhor saída para se evitar a ocorrência da miosite. Alguns aspectos são importantes: a alimentação do cavalo deve ser predominantemente composta por verde (capim ou feno de boa qualidade), evitando excesso de concentrado (diminuindo da quantidade oferecida durante os dias em que o cavalo não é trabalhado); trabalhar o animal em dias alternados, pelo menos 20 minutos diários de liberdade ou trabalho ao cabresto (somente quando não for possível a liberdade); fornecer suplementação com vitamina E e Selênio. Deve-se, além de tudo, contar com um veterinário especializado para avaliação dos animais antes de iniciar um treinamento e respeitar suas orientações de treinamento e manejo. Se, com todos esses cuidados, seu cavalo ainda apresentar o mal da segunda-feira, comunique com o veterinário e respeite, sem ansiedade, o período de recuperação.

A grande maioria dos casos de miosite é provocada pelo homem, por desconhecimento ou ansiedade por resultados (ou dinheiro). O mais importante é respeitar os limites do cavalo. Ao inocente, é importante salientar que o cavalo tem boa memória e associa as sensações a quem lida com ele. Se você exaurir ou cavalo toda vez que o monta ele vai associar você ao estresse e não vai estar disposto a ser montado e a colaborar. Você então passa a ter uma vítima e não um amigo.

Aos demais, muito cuidado. Se a ânsia é por resultado, lembrem-se que um campeão se faz com calma e constância nos trabalhos. O corpo do cavalo tem que se adaptar aos poucos às exigências e, ainda assim, cada animal possui um limite. Se o desempenho do seu cavalo está abaixo das suas expectativas e não evolui, você deve repensar seu programa de treinamento, sob orientação profissional, ou buscar um animal com um potencial genético maior. Agora, se a ânsia é por dinheiro, vale lembrar que toda uma vida de investimentos em animal pode se esvair em um dia de treinamento mal feito. Treinar cavalos, levando-os além do limite é investimento de altíssimo risco e, quase sempre, fadado ao fracasso.

Como vimos a mioglobinúria é um distúrbio que pode ser evitado, com manejo e tratamento corretos e, acima de tudo, respeito ao cavalo. Devemos ser responsáveis ao interferir no modo de vida de outros animais para que eles não nos temam e continuem dispostos a conviver e a trilhar conosco, os caminhos de sua existência. A escolha é nossa!

LAMINITE OU AGUAMENTO.

Aguamento - Perguntas e Respostas
Horse Business - Maio/1999

O que é o Aguamento?
Basicamente, é a inflamação da lâmina sensível que envolve o osso do casco. É também chamada de Laminite.
Por que dói tanto?
Para ilustrar, imagine-se tentando suportar o peso de seu próprio corpo sobre as solas dos dois pés estando muito, mas muito bem queimadas mesmo e com uma porção de bolhas. É claro que tentaríamos apoiar o peso, de qualquer maneira, nas mãos para tirar a pressão exercida sobre os pés. É exatamente o que o cavalo busca fazer. Percebemos que um cavalo aguado dos membros anteriores tenta aproximar os posteriores deles para aliviar a pressão sobre os cascos inflamados.

Quais as causas do Aguamento?
Entre as principais estão: ingestão excessiva de grãos, exercício exagerado em animais despreparados fisicamente, obesidade, retenção da placenta, entre outras cientificamente determinadas. Além disso, suspeita-se de longa data das causas denominadas "morais ou psicológicas" que consistem das situações estressantes em geral, tais como traumas violentos, situações de medo exagerado ou mudanças bruscas no trato ou no ambiente.

Quais são os sinais principais desta afecção?
Caracteristicamente ou patologicamente, a posição em que o cavalo aproxima os membros posteriores dos anteriores doentes (no aguamento dos anteriores somente) é um indício natural. Encontramos, também, uma grande alternância de apoio entre uma mão e outra e até mesmo o animal que deita e não consegue se manter de pé sobre seus cascos quando todos foram afetados. Os cascos doentes são mais quentes e com pulso palpável das artérias que passam pela quartela. A dor forte faz com que os animais apresentem grande sudorese, tremores musculares, perda de apetite e perda de peso (nem sempre somente pela perda do apetite).

O que fazer se o seu cavalo está, ou parece estar com Aguamento?
Primeiramente, chame o veterinário, já que trata-se de uma emergência médico veterinária importante. Até que chegue o veterinário, tire a ração e remova, se possível, as ferraduras do animal doente. Para aliviar a dor, faça uma ducha forte e fria nos membros afetados, num gramado ou piso macio. O veterinário irá estabelecer o tratamento e deverá orientar os funcionários encarregados e pessoas envolvidas com o eqüino para que estejam preparados e dispostos a enfrentarem um acompanhamento intensivo e, na maioria das vezes, longo e trabalhoso.

É possível recuperar integralmente um cavalo com Aguamento?
Nos primeiros dias, devido à dificuldade e ao quadro decadente e triste em que o animal se encontra, muitos tendem a desistir, uma vez que a melhora é lenta e a reação do cavalo é apenas vagamente animadora. Porém, é de suma importância acreditar na real possibilidade de cura integral, já que, comprovadamente, um grande percentual de cavalos que receberam tratamento intensivo e que gozaram de toda atenção e cuidado daqueles que estiveram ao seu lado todo o tempo, chegaram a se recuperar completamente e até voltar a ter o mesmo desempenho atlético, mesmo depois de meses de cuidado e amparo intensivo.

MORMO EQUINO.

Mormo
Mundo Hípico (parcialmente alterado)

O Mormo ou lamparão, é uma doença infecto-contagiosa dos eqüídeos, causada pelo Malleomyces mallei, que pode ser transmitida ao homem e também a outros animais.

Manifesta-se por um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, pneumonia, etc. No Brasil, felizmente, embora tenham sido constatadas reações positivas, ainda não se comprovaram casos desta enfermidade (alguns casos isolados estão sendo acompanhados para posterior comprovação).


Transmissão

Os animais contraem o Mormo pelo contato com material infectante do doente, por exemplo:
· pus,
· secreção nasal,
· urina ou
· fezes

O agente da doença penetra por via digestiva, respiratória, genital ou cutânea, sendo esta última só por alguma lesão. Quando penetra no organismo, em geral, o germe cai na circulação sangüínea e depois alcança os órgãos, principalmente os pulmões e o fígado. O período de incubação é de aproximadamente 4 dias, mas pode variar bastante.

Sintomas
O Mormo apresenta forma crônica ou aguda, esta mais freqüente nos asininos.
Os animais suspeitos devem ser isolados e submetido ao teste comprobatório de maleína, sendo realizado e interpretado por Médico Veterinário. A mortalidade desta doença é muito alta.
A forma aguda é assim caracterizada:
· febre de 42ºC, fraqueza e prostração;
· aparecimento de pústulas na mucosa nasal que se transformam em úlceras profundas e dão origem a uma descarga purulenta, inicialmente amarelada e depois sanguinolenta;
· há intumescimento ganglionar, e o aparelho respiratório pode ser comprometido, surgindo dispnéia.

A forma crônica se localiza na:
· pele;
· fossas nasais;
· laringe;
· traquéia;
· pulmões, porém de evolução mais lenta;
· pode mostrar também localização cutânea semelhante à forma aguda, porém mais branda.

Profilaxia
Devem ser tomadas as seguintes medidas:
· notificação imediata à autorização sanitária competente;
· isolamento da área onde foi observada a infecção;
· isolamento dos animais suspeitos como resultado da prova de maleína e sacrifício dos que reagiram positivamente à mesma prova repetida após dois meses;
· cremação dos cadáveres no próprio local e desinfecção de todo o material que esteve em contato com os mesmos;
· desinfecção rigorosa dos alojamentos;
· suspensão das medidas profiláticas somente três meses após o último caso constatado.

Tratamento
Os produtos usados devem ser à base de sulfas, principalmente sulfadiazina e sulfatiazol ou sulfacnoxalina ou clorafenicol e outros, em forma de grupos antibióticos.

AIE EQUINA.

Anemia Infecciosa Eqüina
Mundo Hípico (parcialmente alterado)

Esta doença, também conhecida como "febre dos pântanos", é produzida por um vírus. É mais freqüente em terrenos baixos e mal drenados ou em zonas úmidas de florestas densas. Apresenta-se sob várias formas clínicas, todas com relevante importância, e é disseminada em todo o mundo.

Os estudos iniciais desta doença foram realizados na França em 1843. Em 1859 foi constatado pelo pesquisador Anginiard o caráter contagioso da doença, sendo que a primeira demonstração de doença virótica foi feita em 1904/1907. No Brasil, a primeira descrição desta doença verificou-se em 1968, por Guerreiro e Col.

Os animais ficam suscetíveis à enfermidade quando têm resistência orgânica diminuída por um trabalho excessivo, calor intenso, alimentação inadequada e infestação por vermes.

A doença tende a apresentar-se sob forma enzoótica em fazendas ou áreas, não havendo disseminação fácil e rápida, nunca se observando, segundo Scott, contágio de animal para animal. Graves perdas são causadas nas áreas endêmicas, podendo desaparecer a mortalidade com o passar do tempo.

Observação feita por Fulton, que injetou água de charcos na veia de eqüinos reproduzindo a AIE, veio confirmar a teoria de Lohr, isto é, de que a infecção natural advém da ingestão, pelos insetos transmissores, de água ou alimentos contaminados.

O vírus está presente no sangue, saliva, urina, leite, etc. Os surtos aparecem quando é introduzido na manada um animal infectado ou portador. Casos crônicos podem existir em qualquer época do ano e são mais suscetíveis os animais desnutridos, débeis e parasitados.

Transmissão

É feita principalmente por insetos sugadores (moscas e mosquitos). Já foram também comprovadas as transmissões congênitas (placentária), pelo leite (aleitamento), pelo sêmen (acasalamento) e pelo soro-imune. As mucosas nasal e oral, intactas ou feridas, podem ser portas de entrada do vírus. O uso sem assepsia de material cirúrgico, por pessoas não-habilitadas, também aumenta a probabilidade da infestação. O animal, uma vez infectado, torna-se portador permanente.


Sintomas

Há uma forma aguda e outra crônica. Todavia, o vírus pode estar presente no sangue do animal sem produzir qualquer sintoma.
A forma aguda é assim caracterizada:
a) febre que chega a 40,6ºC;
b) respiração rápida;
c) abatimento e cabeça baixa;
d) debilidade nas patas, de modo que o peso do corpo é passado de um pé para outro;
e) deslocamento dos pés posteriores para adiante;
f) inapetência e perda de peso.

Se o animal não morre em três ou cinco dias, a doença pode tornar-se crônica. Na forma crônica observam-se ataques (crises) com intervalos variáveis de dias, semanas ou meses. Quando o intervalo é curto, em geral a morte sobrevêm depois de algumas semanas. Com os ataques, há grande destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, o que resulta em anemia.

A doença pode acometer eqüídeos (burros, zebra, etc.), de qualquer raça, sexo e idade. Tem como vetor os insetos hematófagos, porém, a transmissão pode ocorrer através de agulha usada. Todo proprietário deve fazer, pelo menos duas vezes ao ano, o exame específico para detecção da doença, eliminando os animais positivos e comunicando qualquer incidência à Casa da Agricultura. Qualquer eqüídeo, para ser transportado, precisa ter atestado de anemia eqüídeo infecciosa negativo.


Profilaxia

· Combate aos insetos e manutenção de boas condições sanitárias;
· Drenagem nos pastos alagados e fiscalização das aguadas e bebedouros, a fim de que os animais não bebam água estagnada;
· Não introdução de animais infectados na fazenda;
· Uso de agulhas hipodérmicas e instrumentos cirúrgicos descartáveis ou após terem sido convenientemente esterilizados.


Tratamento

Ainda não é bem conhecido qualquer tratamento eficaz. Normalmente, como prevenção, aconselha-se aumentar a resistência do animal, desintoxicar o fígado, fortalecer o coração e intensificar o metabolismo. Existem estudos recentes visando a eficácia dos tratamentos e conseqüente cura, mas, por enquanto, todo animal que apresentar Teste de Coggins positivo deve ser sacrificado.


Controle

· Isolar os animais com sintomas suspeitos (e fazer o Teste de Coggins antes de permitir o contato deles com os outros animais);
· Refazer periodicamente o exame em todos os animais;
· Evitar a entrada na fazenda de animais vindos de zonas enzoóticas sem os testes negativos recentes de imunodifusão;
· Drenar as zonas pantanosas e controlar os insetos transmissores;
· Todo material usado nos animais (para cirurgia, tatuagem, injeções, abre-bocas etc) deve ser esterilizado por fervura por mais de 30 minutos.

A possibilidade de uma vacina é remota, pois muitas já foram experimentadas e até o momento nenhuma apresentou resultados satisfatórios.

Perfil da raça ÁRABE


Passe o mouse sobre o corpo do cavalo para conhecer as suas características.

História do gado Jersey.

O GADO JERSEY


HISTÓRIA: SELEÇÃO, EXPANSÃO E COSMOPOLITISMO

No mundo, o gado Jersey tem sido criado puramente há mais tempo do que qualquer outra raça bovina. A raça Jersey é originária de uma pequena ilha de apenas 11.655 hectares, no Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França, na região da Normandia, denominada "Ilha de Jersey" e pertencente à Grã- Bretanha. A raça Jersey desenvolveu-se a partir do ano 1.100, adaptada às necessidades dos habitantes da ilha e à limitada produção de forragueiras devido a ocupação de parte dos campos com outros cultivos essenciais à alimentação do povo, em especial a batatinha. A sua discutida origem pode ter sido a partir da raça Bretona ou da Normanda. Alguns autores a citam como originária de raças germânicas. Informações mais remotas, porém, indicam que a raça Jersey se formou por cruzamento do pequeno gado negro da Bretanha com os grandes bovinos vermelhos da Normandie. Mediante rigorosa seleção, fixou-se um tipo uniforme com as atuais características, tornando-a a raça que mais manteve seu estado de pureza.

Vaca JerseyEm 1763, foram decretadas leis que proibiam a entrada na Ilha de Jersey de qualquer animal vivo que pudesse transmitir doenças aos seus bovinos.

Numa ilha como a de Jersey, que tem cerca de 17.500m de comprimento por 14.500 de largura, e que devido à sua pequena área provavelmente nunca comportou mais do que 10.000 cabeças, não foi difícil atingir as metas de seleção. Curiosamente, foi durante a ocupação nazista (entre junho de 1940 e maio de 1945) que os criadores da ilha foram obrigados a utilizar critérios severíssimos para a seleção. As tropas de ocupação, sempre que podiam, importavam carne bovina da Alemanha e da França, também ocupada, porém, nos últimos seis meses de ocupação, cerca de quarenta cabeças eram abatidas por semana. Os criadores, diante de tal circunstância, resolveram agir do seguinte modo: se tivesse chegado a vez do criador "A" ceder, por exemplo, cinco animais para os nazistas e este criador tivesse apenas animais excepcionais, e um criador "B" tivesse cinco animais de inferior qualidade, o criador "B" teria seus animais abatidos e o criador "A" cederia os seus para o "B".

Em 1734 a raça já era caracterizada como excelente produtora de leite.

Em 1763, foram decretadas leis que proibiam a entrada na ilha de Jersey, o berço da raça, de qualquer animal vivo que pudesse transmitir doenças em animais da ilha. Até hoje, os animais que vão competir em exposições fora da ilha, lá são vendidos, por não poderem retornar à origem. Estas leis sacramentam a pureza da Raça.

Devido à excessiva consaguinidade, notou-se uma degeneração da raça entre os anos de 1800 e 1830, sendo responsávis pelo ressurgimento e aperfeiçoamento do Jersey, até o tipo leiteiro atual, os coronéis Le Conteur e Le Cornu.

Em 1833 foi criada a Royal Jersey Agricultural and Hoticultural Society.

Em 1836, no dia 31 de março, realizou-se a 1ª Exposição da Raça Jersey em Cattle Market, na Beresford Street.

Em 1838 foi criado um sistema de pontuação baseado na classificação obtida nos julgamentos das exposições. Embora tenha sofrido algumas modificações, é a base da escala de pontos atual. As pontuações eram anotadas em um sistema de registro que deu origem, em 1866, ao Herd Book,

Em 1844 foi feita aprimeira descrição da raça Jersey, por Le Conteur, citado mais acima.

O ano de 1850 marca a primeira exportação oficial da ilha de Jersey para os Estados Unidaos, ano em que fizeram os primeiros registros de Jerseys naquele país. Há registros, no entanto, que indicam que a chegada dos primeiros exemplares da raça Jersey aos Estados Unidos da América tenha ocorrido em 1815.

Em 1854 a ilha de Jersey exporta para a Austrália e, oito anos depois, para a Nova Zelândia.

Vaca JerseyEm 1860, numa demonstração clara da preocupação dos criadores com a qualidade do leite passou-se a realizar, durante as exposições de gado, testes que utilizavam lactômetros para medir a consistência do leite.

Em 1866, no mês de março, ocorreu o mais importante evento em toda a história do Jersey que foi a criação do Jersey Herd Book. A partir da escala de pontos de 1838, citada acima, definindo o tipo, passou-se a incrementar a seleção da raça em termos da rusticidade, precocidade, prolificidade, facilidade de parição, longevidade e produção leiteira e manteigueira.

Em 1868 foi fundado o American Jersey Cattle Club, que atualmente registra aproximadamente 50.000 cabeças por ano. Nesse mesmo ano a raça foi introduzida no Canadá.

Em 1872, em uma época em que as exposições tornavam-se cada vez mais importantes, no "Summer Show", concorreram 236 cabeças, assim divididas: 60 bezerras, 59 novilhas, 10 vacas de primeira cria, 43 vacas jovens, 32 vacas adultas, 25 touros jovens e 7 touros dois anos.

Em 1896, a Dinamarca importou os seus primeiros Jerseys e, hoje em dia, a seleção dinamarquesa é reconhecida por ter uma das mais altas produções de gordura do mundo.

Em 1901 teve início o Herd Book canadense.

Em 1906 foi fundado o South Africa Society's Book.

Em 1909 a raça Jersey foi introduzida na Argentina.

Em 1910 a raça Jersey foi introduzida no Uruguay.

A raça Jersey, devido às suas características, teve fácil expansão no mundo. Nos Estados Unidos obteve sucesso quando o leite passou a ser melhor remunerado pela porcentagem de gordura, minerais e proteínas nele contidas.

No Brasil, o gado Jersey foi introduzido no Rio Grande do Sul pelo grande pecuarista Joaquim Francisco de Assis Brasil, que formou seu primeiro criatório na Granja de Pedras Altas, no então município de Herval, atual Pedras Altas, sobre o afixo Itaevaté (Pedras Altas em tupi-guarani). O primeiro lote veio em 1896 da Granja de Windsor, pertencente à rainha Vitória da Inglaterra. De lá saíram os tourinhos que passaram a ser usados em cruzamentos com as vacas crioulas de diversas regiões gaúchas, formando o grande rebanho de vacas puras e mestiças por cruzamento, hoje existentes por todo o Brasil.

Sobre esse trabalho de Assis Brasil, apresentamos o texto abaixo, intitulado The first Jersey Cows in Brazil, publicado na internet pela Danish Jersey Cattle Society. Nesse site tem-se informações muito detalhadas sobre a história e expansão do gado Jersey.

The first Jerseys were introduced into Brazil in 1895 by Dr. Joaquim Francisco de Assis Brasil who, at the time, was the Brazilian Ambassador in Great Britain. He decided to import his first Jerseys from the island of Jersey after having seen the Jerseys in the Royal Herd of Queen Victoria at Windsor Castle.

Dr. Assis Brasil was a famous Brazilian diplomat who was married to a Portuguese and travelled extensively all over the world. He was also the first to import Arab horses, Karocul sheep and Devon beef cattle to Brazil. He took his Jersey cattle, two cows and a bull calf, from Jersey Island to Portugal where they stayed on a friend`s farm before being transferred to Brazil in 1895. These three Jerseys first remained in Ibirapuitã, Alegrete, in Rio Grande do Sul, the Province that still is the heartland of Jerseys in Brazil, before moving in 1904 to Pedras Altas in the same state. Here the Assis Brasil family developed their Jersey herd and started up the "Pedras Altas Herd Book 1985". The Jerseys were still at the Castello de Paz, ninety years after their ancestors had first arrived!

The Jersey breed was officially recognised by the Brazilian government in 1930, due to the efforts of Mr. Joaquim`s daughter, Ms. Joaquina.

(Para maiores informações escrever para Hans Ottesen.)

Em 1904 foi feita a transferência de animais de Alegrete para o Granja de de Pedras Altas. O primeiro Herd Book da raça no país, foi o "Pedras Altas Herd Book 1985".

Em 1930 a raça Jersey foi oficializada pelo Ministério da Agricultura do Brasil.

Em 1938 foi criada a Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil, no Rio de Janeiro,

Em 1948, foi criada a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul, com sede em Pelotas.

Em 1954, face à expansão territorial da raça no Rio Grande do Sul e no Barsil, o Herd Book foi transferido para a Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil, no Rio de Janeiro.

Em 1987 foram criados os núcleos gaúchos de criadores de Jersey.

Vaca JerseyEm 1991 a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul foi informatizada.

Em 1992 foi construída a nova "Casa do Jersey ", em Esteio-RS.

Em 1996 a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul inaugurou sua página na Internet.

A raça Jersey está, há mais de 100 anos, fazendo história e sucesso no Brasil, os trabalhos pelo melhoramento genético, a procura de alternativas de manejo, e as políticas de fomento, foram co-responsáveis, aliadas as qualidades da raça, pela implantação definitiva da Jersey no Brasil e pelo padrão dos animais aqui encontrados.

Algumas atitudes foram decisivas para esse sucesso, como a inauguração da I Exposição Nacional da Raça, que possibilitou uma série de mostras anuais, com a participação de animais provenientes de vários estados brasileiros, bem como os convênios assinados, ainda na década de 70, com 13 Secretarias Estaduais de Agricultura para a viabilização de um Plano Nacional de Distribuição de Tourinhos, visando a introdução e a consolidação da genética Jersey nos rebanhos leiteiros de praticamente todo o país. Essas medidas, foram significativas para o fomento da raça, além de outras, como a atualização do estatuto da Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil, a criação da ExpoMilk em conjunto com as outras raças leiteiras e o incentivo para os criadores fundarem seus núcleos e filiadas. Essas medidas partiram da diretoria da ACGJB em 1991 e foram importantes para promover e posicionar a raça sobre um padrão de qualidade mundial, tendo o Brasil hoje o melhor banco genético do mundo dessa raça.

O rebanho mundial de gado Jersey é da ordem de 10 milhões de cabeças.

Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil



O QUE SE DEVE ESPERAR DE UMA JERSEY

Vaca JerseyA raça Jersey é a mais eficientes de todas na produção de leite e é encontrada nos cinco continentes. Atualmente, é a segunda raça leiteira mais criada no mundo, devido às suas características listadas a seguir.

1-ALTA PRECOCIDADE E PROLIFICIDADE
A novilha Jersey tem seu primeiro parto mais cedo do que qualquer outra raça sendo assim seu custo de manutenção até a primeira parição é menor em comparação com outras raças. Além de sua boa capacidade de reprodução, ela apresenta facilidade de parição, perpetuada geneticamente. Aos 26 meses já dão cria, voltando a emprenhar após 110 dias. Isso significa mais lucro para o criador, recuperando-se o desempenho em menor tempo. Como exemplo, conhece-se uma vaca que, aos dois anos, produziu 9.993 kg de leite e 448 kg de gordura.

2- LONGEVIDADE
A vaca Jersey começa a produzir leite no segundo de vida e continua a sua vida reprodutiva até os 20 anos, atingindo o máximo de rendimento dos 10 aos 12 anos. Isso significa que o rendimento do investimento é mais longo. A vaca BASIL LUCY MINNIE PANSY, um animal de alto rendimento, produziu 126.857 kg de leite e 6.150 kg de gordura durante sua vida de mais de 21 anos. A média de produção durante seus 5.667 dias de lactação, foi de 22,4 kg de leite e 1,1 kg de gordura ao dia. Isto significa que o rendimento do investimento na raça Jersey dura mais tempo do que com outras raças.

3-ADAPTABILIDADE
A vaca Jersey não tem barreiras nem climáticas, nem geográficas, ela tem prosperado em todos os climas e condições. Sua tolerância às diversas temperatura, assim como a facilidade no que concerne a concepção e ao parto, faz com que seja perfeitamente adaptável às mais variadas condições climáticas, além de apresentar bom desempenho em instalações comerciais e em programas de pastoreio. A sua tolerância ao calor faz dela uma escolha lógica para os criadores de raças leiteiras em regiões tropicais:

4-PESO EM LEITE OU EFICIÊNCIA
A raça Jersey produz uma única lactação de 10 a 12 vezes seu peso em leite. Temos exemplos de vacas que produziram até 32,6 vezes seu próprio peso em leite. Isto é eficiência. Como exemplo, a vaca SUNNY KING BERNA produziu 111.255 kg de leite e 6.646 kg de gordura durante sua vida, sendo recorde mundial de produção de gordura entre todas as raças.

5-RENTABILIDADE
Segundo o New York and Northeast Dairy Herd Improvement Program Sumary, editado em 1.986, o rendimento líquido das vacas Jersey sobre as outras raças, no que se refere a custos dos alimentos, é 14,18% favorável à vaca Jersey. Essa economia é que deu enorme vantagem ao crescimento da raça no mundo inteiro com destaque atualmente nos Estados Unidos.

Vaca Jersey6-PRODUÇÃO ECONÔMICA
A vaca Jersey apresenta uma alta eficiência de conversão alimentar. Transforma, de maneira eficiente, as rações e a forragem em leite, produzindo mais por área, por tonelada de forragem. Produz mais leite corrigido em gordura, por 100kh de peso vivo do animal, do que outras raças. Por sua condição genética selecionada por milênios é a que mais produz leite nas pequenas e médias propriedades. A vaca Jersey é uma "máquina" que produz grande quantidade de leite com pouca exigência em sua manutenção. Podemos citar como exemplos a recordista sul americana, CACIANA KNIGHT CABREÚVA DO PARATEÍ, que aos 4 anos produziu 15.142 kg de leite, e a recordista mundial HASES BABES LAD CHARO que, aos 5 anos, produziu em 365 dias 17.938 kg de leite, 783 kg de gordura e 640 kg de proteína.

7-QUALIDADE DO LEITE
Os bons resultados do manejo da vaca de alta produção requerem ao mesmo tempo ciência e arte. A ciência se baseia em conhecer e compreender o metabolismo e a fisiologia da vaca e, a arte, na habilidade de fazer uso desse conhecimento para atingir um resultado final desejado.

A lactação da vaca Jersey é uma vantagem devido os seus pequenos intervalos. A sua alimentação no período que precede a produção dura menos dias do que os necessários para outras raças, tendo-se assim um maior número de lactação na vida útil.

O leite Jersey oferece grande quantidade de proteína, comprovando assim sua qualidade. O leite Jersey contém 20% mais de proteína e 15% mais de cálcio, mineral essencial na dieta humana, necessário para dentes e ossos fortes, do que outras raças. Contém maior quantidade de sólidos não gordurosos - proteínas, lactose, vitaminas e minerais - oferecendo um leite completo que o de qualquer outra raça leiteira. Quando consumido na forma fluida, tem mais consistência e um gosto mais forte. Quanto mais componentes sólidos, mais saboroso e nutritivo ele é, além de ser indicado para a alimentação de crianças e adultos. Os sólidos adicionais encontrados no leite Jersey proporcionam mais nutrição e melhor sabor, tornando-o preferido nos Estados Unidos e Canadá devido ao seu paladar.

O leite Jersey tem teor de proteína mais elevado que todos os outros leites significando maior lucro na venda de leite para os proprietários da vaca Jersey.

8-CRUZAMENTOS
Segundo a ACGJB, o Jersey tem sido criado em estado puro há mais tempo que qualquer outra raça leiteira, e isto lhe dá grande facilidade para transmitir à progênie as boas qualidades da raça. A facilidade de parição, tolerância ao calor elevada produção leiteira e manteigueira, fazem da Jersey uma raça eficiente para cruzamentos com raças zebuínas, quando se pretende aumentar a produção de leite. Na Índia, através de um programa de cruzamentos, visando diminuir a idade de parição e aumentar a produção leiteira das vacas zebuínas, ficou comprovado que touros da raça geraram novilhas Jersey x Zebu que tiveram sua primeira cria aos dois anos de idade, com uma produção média de 12kg de leite por dia. Percebeu-se, então, que a raça Jersey teve um aproveitamento de 70% dos touros utilizados em 20,4 milhões de cruzamentos, resultando em um tipo ideal leiteiro pelas qualidades, simetria e ligamentos do úbere.

Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil



PADRÃO DA RAÇA

Vaca JerseyA Jersey possui um temperamento leiteiro bem evidenciado e harmonia total entre as partes de seu corpo. Vaca boa, é boa em qualquer lugar do mundo, não importando a linhagem e, muito menos, o país de origem. O que vale na raça Jersey, como em todas as raças puras, são as seguintes particularidades:

  • Cabeça limpa, bem proporcional e de comprimento moderado;
  • Pescoço limpo, moderadamente comprido;
  • Pés curtos, compactos e redondos;
  • Úbere largo, alto e amplo. Um úbere de boa qualidade é pregueado, macio, de boa textura, e descarnado;
  • Pele pigmentada.
  • Quando se pensa em melhoramento, deve se ter em mente, ao escolher um reprodutor, que ele vale pelo que transmite. Na escolha de um reprodutor jovem, deve-se prestar muita atenção. O melhoramento genético, de uma maneira geral, é muito auxiliado por testes de progênie. Os criadores de Jersey devem buscar a evolução genética de seus rebanhos, usando para isso 80% de reprodutores provados em seu rebanho. Eses touros, dentro de alguns anos, devem ser superiores aos touros atuais, em relação a produtividade e outros aspectos economicamente importantes, já que o aperfeiçoamento e a seleção da raça vai estar relacionado com a produção e produtividade leiteira.

    Maiores informações sobre o gado Jersey consulte a
    Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil
    Av. Francisco Matarazzo, 455 - Água Branca
    05001-900 São Paulo, SP
    Telefone (11) 3672-0588 - Fax.: (11) 3672-8101
    http://www.gadojerseybr.com.br



    A VACA JERSEY
    Por Rita Ferreira SoaresVaca Jersey

    Das raças leiteiras, a vaca Jersey é a mais dócil, a mais rústica, a de menor tamanho, a que melhor se reproduz, a mais longeva, a mais produtiva portanto. A mansidão da vaca Jersey permite seu manejo até por crianças. Em muitas fazendas familiares de criação de Jersey, o trato dos animais fica a cargo das mulheres e seus filhos. Sua rusticidade viabiliza que sejam criadas em diversos climas e topografias, consumindo alimentos variados e resistindo bravamente a doenças.

    Embora pequena - o peso de uma Jersey adulta varia de 350 a 450 kg - é capaz de produzir de 12 a 15 kg de leite por dia, em condições de trato razoáveis. Vacas Jersey de linhagens superiores e convenientemente alimentadas podem chegar a produzir mais de 25 kg de leite diariamente. O leite Jersey diferencia-se dos demais por apresentar melhor sabor e maiores percentuais de proteína e de sólidos, o que o torna especialmente nutritivo e preferido por fábricas de derivados de leite, por propiciar melhores resultados na produção de manteiga, iogurtes, sorvetes etc.

    As fêmeas Jersey caracterizam-se por possuir um aparelho reprodutor muito precoce, isto é, tornam-se aptas a dar crias ainda muito jovens. Novilhas pesando em torno de 230 a 250 kg podem ser cobertas ou inseminadas artificialmente. Estes pesos, com um bom manejo, são alcançáveis de 14 a 16 meses de idade. Assim, aos dois anos nasce o primeiro bezerro e, a partir de então, graças ao seu excelente desempenho reprodutivo, a vaca Jersey fornece ao seu proprietário uma cria a cada ano. No estado de New Jersey, nos Estados Unidos, uma vaca da raça Jersey produziu, aos dois anos, 7.936 kg de leite na sua primeira lactação e nas seis lactações seguintes produziu mais de 9.072 kg em cada uma delas.

    Vaca JerseyCostuma-se dizer que a vaca Jersey é longeva. Isto significa que ela vive por muito tempo, produzindo muitas crias e leite. Sua longevidade fica ainda mais acentuada particularmente quando se compara a raça Jersey com outras raças leiteiras existentes no Brasil. Há diversos registros de fêmeas Jersey em lactação e prenhas com mais de 20 anos de idade. Em Ohio, Estados Unidos, a vaca Basil Lucy Minnie Pansy produziu, durante toda sua vida de mais de 21 anos, 127 toneladas de leite e 6 toneladas de gordura.

    Esta extraordinária raça originou-se numa ilha inglesa, localizada no Canal da Mancha, de nome Jersey. De lá espalhou-se pelo mundo, para constituir rebanhos expressivos em quantidade e qualidade nos mais diversos países: Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia, Dinamarca, Brasil etc. Hoje o rebanho brasileiro reúne a melhor carga genética de todo mundo.

    Em nosso país, a raça Jersey foi introduzida pelo diplomata brasileiro Joaquim Francisco de Assis Brasil que serviu em Lisboa no início do século passado e que, em visitas à Inglaterra, tendo se apaixonado pelo gado Jersey, decidiu importar algumas matrizes, instalando-as em sua fazenda no Rio Grande do Sul.

    De lá, quase fronteira com o Uruguai, de um lugarejo chamado Pedras Altas, as vacas Jersey foram avançando para outros estados brasileiros.

    Pense nisso. Crie Jersey.